Ação de Graças: dia de gratidão a Deus por toda benção recebida

Escrito em 28/11/2019


No dia 28 de Novembro é comemorado o Dia de Ação de Graças. Esse dia é celebrado, principalmente, nos Estados Unidos, onde é feriado e esse dia é conhecido como: “Thanksgiving Day”. Esse dia, também, é celebrado no Canadá e nas ilhas do Caribe, como um dia de gratidão a Deus, com orações e festas, pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano.

No início a comemoração era feita no outono. Isso aconteceu em 1621, pois, após terem tido um inverno bastante rigoroso, as pessoas organizaram uma festa para celebrar a colheita produtiva. Desde então, em todos os anos seguintes, passou a ter festa para agradecer as boas colheitas. Em 1863, o presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, decretou oficialmente que a 4ª quinta-feira de novembro, seria o Dia de Ação de Graças, para expressar gratidão a Deus e, também, demonstrar gratidão às pessoas.

Nos Estados Unidos, no Dia de Ação de Graças, muitas pessoas viajam para se reunir com os seus familiares, onde celebram o dia e consomem pratos tradicionais e iguarias. No Brasil, a data foi instituída pela Lei n.º 781, de 17 de agosto de 1949, pelo presidente Gaspar Dutra, por sugestão do embaixador Joaquim Nabuco, esse ficou entusiasmado com as comemorações que vira em 1909, na Catedral de São Patrício, quando fora embaixador em Washington.

 

Essa data dedicada a “Ação de Graças” tem algum sentido religioso?

Embora seja uma festa mais celebrada na América do Norte, tem um sentido religioso bem amplo e bonito. Dar glória a Deus, agradecer pelas graças, dons e bênçãos que d’Ele recebemos todos os dias de nossa vida, são ações fundamentais à nossa fé. Uma das orações eucarísticas da Santa Missa diz:

“Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai Santo, criador do mundo e fonte de vida” (Or. E. VI).

Outra oração diz: “Na verdade, é justo e bom agradecer-Vos, Deus Pai, porque constantemente nos chamais a viver a felicidade completa (…)” (Or. E, VII).

Tudo o que somos e temos recebemos de Deus: a vida, a alma, o ser, o alimento, o ar que respiramos, as faculdades intelectivas; exatamente tudo são dádivas de Deus. Se meditássemos detalhadamente isso, passaríamos o dia todo agradecendo os dons que recebemos (sem cessar) de Deus.

São Paulo nos lembra que em Deus “nós existimos, nos movemos e somos”; em tudo dependemos d’Ele. A Missa é, acima de tudo, um ato de Ação de Graças em que, por meio de Cristo na pessoa do sacerdote, oferecemos ao Pai toda a Criação, simbolizada no pão e no vinho que serão transformados no Corpo e no Sangue de Cristo.

 

O Salmista não se cansa de agradecer a Deus

“Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar Salmos de louvor ao Deus Altíssimo! Anunciar pela manhã vossa bondade” (Sl 91,2).

“Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis” (Sl 70,14-15).

“Dai graças ao Senhor, gritai Seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Cantai, entoai Salmos para Ele, publicai todas as suas maravilhas!” (Sl 104,1).

A nossa ação de graças se confunde com o devido louvor que devemos prestar a Deus. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, dizia: “Usa como convém as criaturas visíveis, assim como usa a terra, o mar, o céu, o ar, as fontes e os rios; e faze reverter para o louvor e a glória do Criador tudo o que há neles de belo e admirável”. 

 

Ação de graças na Santa Missa

Santo Agostinho nos convida a louvar e a agradecer a Deus em todo tempo até a eternidade: “Louva e bendiz ao Senhor, todos e em cada um de teus dias, para que quando venha esse dia sem fim, possas passar de um louvor a outro sem esforço”. Para nós, católicos, há uma Ação de Graças especial, aquela que fazemos na Santa Missa após a Comunhão, na intimidade com Jesus. São Pedro Julião Eymard nos ensina a importância dessa Ação de Graças:

“O momento mais solene de vossa vida é o da Ação de Graças, em que possuis o Rei da Terra e do Céu, vosso Salvador e Juiz, disposto a vos conceder tudo o que Lhe pedirdes. Nosso Senhor permanece pouco tempo em nossos corações, após a Santa Comunhão, porém os efeitos de Sua Presença se prolongam. As santas espécies são como que um invólucro, o qual se rompe e desaparece para que o remédio produza seus salutares efeitos no organismo. A alma se torna então como um vaso que recebeu um perfume precioso.”

“Agradecei-Lhe a honra que vos fez, o amor que vos testemunhou e o muito que vos deu nesta Comunhão! Louvai a Sua bondade e o seu amor para convosco, que sois tão pobre, tão imperfeito, tão infiel! Convidai os anjos, os santos, a Imaculada Mãe de Deus para louvá-Lo e agradecer-Lhe por vós. Uni-vos às ações de graças amantes e perfeitas da Santíssima Virgem.”

Quanto mais agradecermos a Deus pelas graças, dons e bênçãos que d’Ele recebemos, mais e mais receberemos essas graças, dons e bênçãos.

Por Felipe Aquino, via CN