É muito difícil saber onde e quando Jesus começa a enviar seus discípulos em missão. Mas seguramente, um momento determinante foi quando Ele ordenou: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos” (Mt 28,19). Assim, seus discípulos saíram em missão.
A partir daí, seus discípulos se tornam Apóstolos, Enviados, para, assim como Jesus, evangelizar os pobres, proclamar a libertação aos presos, aos cegos a recuperação da vista, e libertar os oprimidos (Cf. Lc 4,18-19).
Ao longo dos anos, foram chegando novos discípulos, tornando-se novos apóstolos. No Concílio Vaticano II, de modo especial no Decreto Ad Gentes, e na Constituição Lumen Gentium, revela-se que a Igreja, por natureza, é missionária, e que a missão não é um chamado somente para padres e religiosos, mas para todos os batizados. Também se enfatiza que testemunhar a fé através da vida e do serviço é missão. Promovendo na sociedade a justiça, a paz e a integridade da pessoa humana. Sendo que esta missão brota do chamado de Deus à humanidade.
Os Missionários Oblatos de Maria Imaculada, desde a sua fundação, se empenham para cooperar na missão de Jesus Salvador. Tendo como meta estabelecer comunidades cristãs e igrejas profundamente enraizadas na cultura local, totalmente responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento e crescimento (CC e RR 7).
A Província dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, desde sua unificação, tem como prioridade na missão viver uma espiritualidade profética. Dedicando-se às pastorais sociais e aos desafios da atualidade, dando especial atenção à região amazônica e ao semiárido nordestino. Na declaração de missão, está expresso também um profundo desejo de fundar missões Ad Gentes.
No presente ano, a Igreja do Brasil, em sintonia com o Jubileu da Esperança, traz como tema para o mês missionário: “Missionários da esperança entre os povos” e com o lema: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Trazendo uma reflexão que nos leva a perceber que somos portadores da esperança que vem de Cristo, em meio às realidades do mundo. Mostrando ainda que Cristo é a força que nos impulsiona, e âncora que nos mantém confiantes nas diversas realidades geográficas, sociais e existenciais atuais.
Nas experiências da missão, acontece um movimento de dupla via: uma vez que o missionário parte ao encontro dos povos para anunciar o Evangelho, ele também bebe em uma rica fonte cultural, espiritual e humana daqueles que encontra. A missão se torna um caminho de mútua evangelização, em que tanto quem anuncia quanto quem recebe é convidado a crescer na fé e no amor a Deus.
Para os Missionários Oblatos de Maria Imaculada, a fim de analisar, pensar, rezar e propor a missão na Província do Brasil, foi constituída uma comissão de missão, formada pelos Pe. Manoel de Souza Valadão, Pe. Wesley Soares de Araujo, Pe. Mauricio Volantine Morris e Pe. Carlos Francisco de Lucena.
Como missionários que vivem em uma sociedade com profundas e constantes mudanças, se faz necessário ter em vista a mensagem deixada pelo Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões de 2025, que afirma: “Jesus tornou-se Divino Missionário da Esperança, modelo supremo de todos aqueles que, ao longo dos séculos, dão seguimento à missão recebida de Deus, mesmo no meio de provações extremas”. Ele afirma que Jesus nos exorta a sermos “artesãos” de esperança e restauradores de uma humanidade, frequentemente, distraída e infeliz.
Pe. Carlos Francisco de Lucena, OMI